Esse "poster" saiu no jornal ilustrado Don Quixote, editado de 1885 a 1903 no Rio de Janeiro. Nos traços de Angelo Agostini (1843-1905), possivelmente o mais notável caricaturista brasileiro de todos os tempos, o Don Quixote publicou esse enorme impresso, no tamanho do que hoje se convencionou chamar de "poster', que veio dobrado dentro da revista. Retrata um dos episódios mais dolorosos da história da república brasileira, o fuzilamento covarde do Barão do Serro Azul e alguns companheiros no quilômetro 65 da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá e no cemitério de Curitiba. Esse crime ficou impune e só mais ou menos quarenta anos depois de sua morte iniciou-se um processo de reavivamento e busca da verdade. Os culpados pelo morticínio nunca foram acusados formalmente, mas a boca do povo conhece a verdade e durante todo esse tempo os verdadeiros culpados receberam o veredicto acusatório da população. todos sabemos que o Barão e seus amigos na verdade foram heróis. Hoje é fato histórico comprovado, todos temos ciência de que o Barão do Serro Azul salvou a cidade de Curitiba da pilhagem e possivelmente do incêndio por parte das tropas federalistas do Gumercindo Saraiva. Todos também sabemos quem deu a ordem assassina para o Gal Ewerton de Quadros fuzilar os presos. Ainda está para ser inteiramente contada essa história de violência, apesar de tentativas muito interessantes como o livro do Túlio Vargas e o filme "O Preço da Paz". Impressionam os detalhes desse quadro do Angelo Agostini , que nos levam a crer que o desenhista com certeza teve acesso a depoimentos muito específicos e corretos sobre os acontecimentos de Curitiba. Por isso fiz questão de ampliar e colocar em detalhes, o que nunca antes foi feito. O quadro é muito raro, pode-se contar nos dedos de uma mão os existentes por aí. Por isso nossa alegria ao torná-lo deliciosamente público e disponível para todos, desde que citada a fonte, lógico. .
Paulo José da Costa
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Olá Paulo, existe algum livro sobre este fuzilamento ? Gostaria muito de ler sobre o fato. Obrigado !
ResponderExcluirwww.felipedefaria.blogspot.com.br
Existem sim. O do David Carneiro (os fuzilamentos de 1894 no Paraná), e o do Túlio Vargas (A última viagem do barão do Serro Azul )
ResponderExcluirsugiro que também assista ao filme O Preço da Paz. Abraço.
Paulo
Espetacular documento! Obrigado por compartilhar!
ResponderExcluirÓtimo material, nos faz valorizar nossa história e memória. Parabéns.
ResponderExcluirSimplesmente o máximo! Agradecemos pela disposição em compartilhar com os paranaenses fatos históricos que as novas gerações simplesmente desconhecem.
ResponderExcluirParabéns pela matéria. Obrigado por compartilhar.
ResponderExcluirEm 06.10.2019
É historia de nossa família, que meu bisavô, Luiz Guzzoni estava nesse trem e foi testemunha da chacina. Trabalhava na estrada de ferro, morando em Morretes e fazendo o bate e volta à Curitiba, diariamente. Era conhecido do Barão desde os tempos de Paranaguá e adepto ativo de suas ideias politicas. Ele e outro colega da Rede, ao verem a fuzilaria, pularam do trem e fugiram pela mata. Luigi contava aos filhos e netos, que viu um dos colegas do Barão se agarrando ao fecho da porta do vagão, sendo removido à golpes de espada. Com medo de represálias politicas, Luigi se isolou em uma fazenda em Castro por anos, se estabelecendo em Ponta Grossa somente em 1900. Nessa fazenda nasceram seus filhos Helena e Paulo Guzzoni.
ResponderExcluirparabéns!!! atos muito tristes e ao mesmo tempo vergonhosos!!!
ResponderExcluirATÉ HOJE, SEMPRE QUE OS CRIMINOSOS SE TORNAM AUTORIDADE, A HSTÓRIA NÃO TEM FIM. A CULPA É TRANSFERIDA PARA OS INOCENTES... ESSA HISTÓRIA PRECISA SER ESCLARECIDA PARA O BEM DOS CURITIBANOS. OS INOCENES, VERDADEIROS HERÓIS, COMO BARÃO DO CERRO AZUL (RUA QUE JÁ MOREI) E SEUS ADJUNTOS NÃO PODEM TER MORRIDO ÀS ESCURAS.
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