A ESTAÇÃO VALINHOS NO DISTRITO DE GUARAÚNA (TEIXEIRA SOARES-PR) DA REDE VIAÇÃO PARANÁ SANTA-CATARINA NA MEMÓRIA DE NAEL NUNES ROCHA, QUE LÁ VIVEU ENTRE 1935 e 1955
Quando morremos todas as nossas memórias se apagam, somem no limbo. Bilhões de informações, sentimentos, lembranças e sensações passadas, fatos corriqueiros e muitos da maior importância para a história e a compreensão da vida humana se vão todos os dias, todas as horas, a cada minuto passado. Cada pessoa que se vai é uma enciclopédia que se perde. A única forma de preservar pelo menos parte dessa memória que temos em nossos cérebros é registrando-a de alguma forma. Podemos escrever um livro, deixar as fotografias com comentários para um herdeiro, ou, como fez Nael, desenhar... A importância da forma escolhida por Nael é que tudo o que ele tinha em seu cérebro, em sua memória a respeito dessa parte de sua vida que ele passou num rincão do interior paranaense ele passou de modo quase fotográfico para o papel e enriqueceu narrando em detalhes, colocando tudo o que se lembrou nessas cinco folhas. E como ele tinha esse talento como ninguém, assim como a sensibilidade de perceber a importância do que estava fazendo, disponibilizá-las a todos para mim é um dever. A importância dos documentos é evidente, é uma perfeita radiografia de uma pequena vila paranaense, um retrato do cotidiano que temos transportado quase magicamente para nossas retinas, uma viagem a uma época que se foi. Palavras são desnecessárias, deixo a vocês as impressões e evocações.
Neste sítio da internet encontramos uma biografia de Nael Nunes Rocha, o nosso desenhista, nascido em 1928, em Ponta Grossa, e falecido em Curitiba, em 1996. Seu irmão, Horácio, traçou em poucas linhas uma perfeita biografia do nosso desenhista. Está lá o que ele fazia, as artes que desenvolveu, os sentimentos de amizade e amor que angariou e que passou a todos os que com ele conviveram. Sinto muito não o ter conhecido pessoalmente. Apesar de sermos conterrâneos, nunca tivemos oportunidade de nos encontrarmos. De alguma forma presto meu reconhecimento à sua personalidade com esta postagem.
http://escritosanalfabetos.blogspot.com.br/2009/06/biografia-de-nael-nunes-rocha-tio-nael.html
clique nas imagens e veja-as em tamanho maior.
no final da postagem coloquei as imagens em tamanho grande.
permito copias desde que citado o blog.
agradeço a quem me enviar fotos antigas de Valinhos, Guaraúna, para enriquecer a postagem.
O PRIMEIRO DESENHO
DETALHE
O SEGUNDO DESENHO
VISITE VALINHOS HOJE ATRAVÉS DO GOOGLE MAPS
https://www.google.com/maps/@-25.3250498,-50.3559378,412m/data=!3m1!1e3?hl=pt
FOTO DA ESTAÇÃO DE VALINHOS EM 1935 (foto de Wischral)
OS DETALHES DO SEGUNDO DESENHO
O TERCEIRO DESENHO
O QUARTO DESENHO
O QUINTO E ÚLTIMO DESENHO
TODOS OS DESENHOS EM TAMANHO GRANDE
copyright Paulo José da Costa
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2016
Paulo José da Costa é um pesquisador e guardião de memórias. Se você possui fotos, postais, documentos, filmes, que deseja preservar, divulgar, pode nos enviar para ser guardado em nosso arquivo ou ser divulgado no blog. Compro, recebo doações, copio, vou até sua casa buscar. Sem finalidade de lucro. F. 41 88050624 paulodafigaro@hotmail.com
Extraordinária mente fotográfica, e olha que ele estava em uma UTI de um hospital! Magnifico trabalho, merece um lugar de destaque em qualquer biblioteca do Paraná! Muito obrigado Nael Nunes Rocha!
ResponderExcluirOlha só quanta nostalgia! Belas memórias! Eu vivi por 11 anos em Guaraúna, a melhor fase da minha vida! Meu pai era agente ferroviário desta mesma estação, entre os anos de 1984 à 1997, quando infelizmente a RFFSA venho a ser privatizada, moramos na casa onde o Sr. Nael indicou que sua família viveu por 20 anos, não sei se era a mesma construção, mas o local é o mesmo, em frente a estação. Sempre que podia eu ia para estação, ficava na plataforma vendo o trem chegar, ainda lembro do imponente relógio de pêndulo, as chaves comutadoras na parede, os telefones pretos a manivela, o quepe da RFFSA que meu pai usava, os bambolês, onde eram colocados os PODE, e quando o trem passava pela estação, o agente entregava para o maquinista, sem haver necessidade de parar a composição, a lanterna que funcionava com diversas pilhas e era usada a noite para ir até a chave do cruzamento, para mudar os trilhos, também era usada para sinalizar ao maquinista, colocando a frente da lâmpada uma plaquinha amarela, verde ou vermelha, lembro da forte buzina, o barulho do motor lá longe e aquela fumaça levantando por trás das árvores, quando olhávamos da plataforma em direção à Ponta Grossa, o tremer das pedras brita enquanto rompiam pelos trilhos as máquinas e vagões, o cheiro da estação, cheiro de óleo diesel misturado a cera em pasta e móveis e papeis antigos, lembro o quanto brilhava o chão da estação, que meu pai mantinha com muito zelo, que aperto no meu coração, quantas saudades! Caro Paulo José, obrigado por compartilhar estas obras primas, vou ver se encontro algumas fotos antigas, caso queira. Gostaria de solicitar sua permissão para imprimir estes desenhos, quero colocá-los em minha parede para sempre lembrar de onde venho, minhas raízes.
ResponderExcluirfique à vontade para imprimir. Estou muito feliz por ter lhe trazido tanta alegria e nostalgia. Quanto às fotos agradeço demais se me conseguir. Irão para o arquivo onde serão conservadas e se me autorizar irei divulgá-las. Meu e-mail para contato é paulodafigaro@hotmail.com. Meu telefone é 41 88050624. Não sei onde você reside, mas moro em Curitiba e vou sempre a Ponta Grossa para, se for o caso, pegá-las. Um abraço cordial. Paulo
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ResponderExcluirSobre o comentário do Sr. Diogo, bacana saber que ele morou em Guaraúna tantos anos. Eu e 4 irmãos mais novos nascemos lá na casa do Agente (naquela época a casa era outra, edificada com paredes duplas de madeira). A Estação também era edificada da mesma forma, mas em duas partes: A Estação propriamente dita e o Armazém de Cargas. Quando eu saí de lá em 01/02/1952, já tinha sido remodelada a Estação para edificação única, com nova plataforma concretada. A anterior era feita de blocos de rochas e estavam desgastadas porque as pessoas usavam afiar facões e machados naquelas rochas das beiradas. Agora com 81 anos de idade essas coisas afloram com intensidade na minha memória. Felicidades a todos. Atte.
ResponderExcluirEmociona ver estes documentos do meu amigo Nael, também faço parte do passado de Valinhos como era conhecido Guarauna.Meu avô Guilherme Marquardt tinha padaria. Lembro-me do Sr.Rochinha pai do Nael, gente fina e também dos bailes no Clube Flor de Liz, e que algumas vezes tomei parte na animação musical. Só restou saudades.
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